Conforme a SBCCP, até o final deste ano, de 35 a 40 mil brasileiros vão receber o diagnóstico da doença
Nesta segunda-feira, 27 de julho, é lembrado o Dia Mundial de Conscientização e Combate ao Câncer de Cabeça e Pescoço. A data, é parte do Julho Verde, campanha nacional que visa aumentar a divulgação das informações para que a população conheça melhor os sintomas, tratamentos e a importância do diagnóstico precoce da doença.
A médica especialista em cirurgia de cabeça e pescoço, Marina Azzi, do Hospital Anchieta de Brasília, explica que este é um tipo de enfermidade maligna, que afeta a boca (conhecida como cavidade oral), orofaringe (conhecida como garganta), laringe (órgão responsável pela voz), hipofaringe (região vizinha à laringe), seios da face, glândulas salivares, glândula tireoide e pele da região.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, a SBCCP, até o final deste ano, de 35 a 40 mil brasileiros serão acometidos pela doença. Entre os tipos mais frequentes nas mulheres, está o de tireoide, que deve contar com cerca de 12 mil novos casos. Já, em homens, o câncer de boca deve ser o mais registrado, com 11 mil diagnósticos e o de laringe, uma soma de 6,5 mil casos.
Os números são alarmantes. Outro dado, do Instituto Nacional do Câncer, o Inca, mostra que em 2020, o câncer de cavidade oral ocupa a 5ª posição entre todos os tipos que afetam a público masculino e, o câncer de tireoide ocupa a mesma posição em mulheres.
A especialista, do Hospital Anchieta, ressalta que é fundamental conhecer alguns dos sinais e sintomas que podem estar relacionados a esse tipo de câncer. “Eles podem se manifestar como feridas na boca que parecem aftas que não cicatrizam em até duas semanas”, explica Dra Marina.
Ela acrescenta que também pode haver dor e dificuldade ao ingerir alimentos, levando à mudança da dieta passando a ingerir alimentos de consistência pastosa e até mesmo à redução significativa da quantidade de alimentos ingeridos e consequente perda de peso. Além de dores no ouvido não relacionadas à infecção, rouquidão persistente com duração maior que 15 dias e ainda, o surgimento de nódulos (caroços) no pescoço.
A médica pontua que os principais fatores de risco para os tumores de Cabeça e Pescoço são: o consumo excessivo de álcool, o tabagismo, as infecções pelo papiloma vírus humano, o HPV, as infecções pelo vírus Epstein-Barr, o EBV, além de traumas crônicos na mucosa, tecido de revestimento da boca.
Mas, como prevenir?
Marina Azzi explica que a prevenção dessas doenças compreende a mudança de algumas práticas, como parar de ingerir bebida alcoólica, de fumar, praticar sexo seguro, manter bons hábitos de higiene oral, e ainda usar de prótese dentárias bem adaptadas (sem provocar machucados na boca).
“É de extrema importância procurar um profissional qualificado para que possa ser realizada uma avaliação adequada e diagnóstico correto”, afirma. “O tratamento nas fases iniciais da doença confere excelentes resultados, com grandes possibilidades de cura da doença, pois o tempo é extremamente importante. Ao se fazer o diagnóstico precoce as chances de cura são muito maiores”, finaliza a médica oncologista.