A pandemia mudou a nossa rotina, exigindo cuidados redobrados com a saúde, como o isolamento e o distanciamento social. Mas, pacientes que são acometidos por doenças crônicas ou recebem o diagnóstico de doenças como o câncer, devem sim, procurar assistência médica e orientações adequadas em relação ao tratamento dessas doenças, nesse período de pandemia. O câncer não espera e a agilidade no diagnóstico e tratamento adequado são fatores que aumentam a chance de cura ou controle da doença.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o Inca, a estimativa era que até o final deste ano, 625 mil brasileiros serão diagnosticados com a câncer . Os números são altos e trazem preocupação. Segundo um estudo da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica, divulgado em junho, cerca de 70% das operações de pacientes com câncer, tratados no SUS e na Saúde Suplementar não foram realizadas nos três meses anteriores.
Houve uma queda importante nos exames de rastreio, que tem como objetivo afastar a existência de câncer e ou ajudar na detenção precoce dos tumores.
Mas como será que está a situação dos pacientes oncológicos hoje?
Conforme a médica oncologista Ana Carolina Salles, do Grupo Oncoclínicas, no começo da pandemia houve muita apreensão, principalmente por parte dos pacientes e da equipe médica, que lidam com o diagnóstico e tratamento do câncer. “Ficamos preocupados em equilibrar a balança: não deixar de ofertar o tratamento adequado para os pacientes com diagnóstico de câncer, durante a pandemia da Covid-19, não adiar o tratamento, mas por outro lado, fazer pequenos ajustes nos protocolos, principalmente de quimioterapia, a fim de minimizar os riscos queda importante da imunidade e maior risco de desenvolvimento de formas graves da Covid-19.
A especialista afirma que para garantir a segurança do paciente e para que este não abandone o tratamento, a Sociedade Brasileira de Oncologia se reuniu e definiu algumas normativas. “A gente deve ofertar mais segurança no tratamento, inclusive usando medicamentos para aumentar a imunidade, durante o tratamento quimioterápico, por exemplo, diz Ana Carolina.
Ela continua: Além disso, foi preciso reforçar a recomendação de distanciamento social e higiene das mãos, utilização de máscaras e evitar locais que possam ter aglomerações, e ainda, ficar recebendo visitas em casa”, pontua.
A oncologista explica que na clínica em que atende houveram ainda mais mudanças, como o espaçamento das consultas para evitar que os pacientes aglomerem na recepção, ainda mais cuidado com higiene, aferição de temperatura ao chegar, higienização dos equipamentos no local de quimioterapia também de maneira rigorosa. Além é claro, do distanciamento entre os pacientes.
“Tudo isso permite que o paciente que está em quimioterapia ou imunoterapia receba o tratamento de forma segura e adequada”, destaca Dra Ana.
Grupo de risco
Será que pacientes que tiveram câncer no passado, estão bem, curados, em seguimento, estão no grupo de risco para o contágio do novo Coronavírus e desenvolvimento de formas graves? A especialista diz que a princípio não, não há um risco aumentado para a maioria dessas pessoas, em virtude do diagnóstico prévio de câncer. O risco é maior para os pacientes que estão em tratamento, com medicamentos capazes de baixar a imunidade .
O tratamento do câncer não deve esperar a pandemia passar, afirma a oncologista, do Grupo Oncoclínicas, de Brasília.
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