Nesta quarta-feira, 23 de setembro, é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Estresse, e a data foi criada para conscientizar a população sobre a importância do bem-estar. Além de causar e potencializar doenças cardiovasculares, a síndrome do cólon irritável e a fibromialgia, o estresse também pode ser um dos principais fatores que estimulam a depressão, a ansiedade, transtornos de memória, além de outros problemas mentais.
Entretanto, a psicóloga Andréa Chaves, especialista em saúde mental que trabalha há mais de 15 anos na área, explica que nem sempre o estresse é ruim. “É comum nos sentirmos estressados com alguma prova que teremos que fazer, uma reunião de trabalho que esperamos, mudança com planos de casamento ou a chegada de um filho. O que dirá se o estresse é crônico é quando o nosso corpo passa por ele em momentos inadequados e por períodos prolongados fora de controle”, comenta.
“Sabemos que o estresse é uma resposta física do nosso organismo a partir de um estímulo, o que nos faz produzir e liberar diversos hormônios como adrenalina, cortisol e norepinefrina. Sintomas como palpitação, mão suada, tremor nas pálpebras são comuns numa situação de estresse, mas é preciso que a pessoa saiba quando isso o limite foi ultrapassado e como isso afeta sua vida familiar, profissional, financeira. Assim que perceber esse descontrole, deve procurar uma ajuda especializada imediatamente”, alerta Chaves.
Síndrome de Burnout
Em um momento atual que todo mundo vive situações de estresse, seja por medo de perder o emprego, perder um ente querido, entre outras muitas situações causadas pela pandemia do novo coronavírus, a Síndrome de Burnout vem crescido rapidamente no Brasil. 72% das pessoas sofrem com estresse no trabalho, segundo a Associação Internacional de Manejo do Estresse (ISMA), entre as quais 32% têm Burnout, síndrome caracterizada pela sensação de não dar conta de tarefas, indiferença ao trabalho e baixa satisfação profissional.
“A Síndrome de Burnout se caracteriza como um estresse de caráter persistente vinculado a situações de trabalho, resultante da constante e repetitiva pressão emocional associada a um intenso envolvimento com pessoas por longos períodos. Geralmente a síndrome acontece em ambientes corporativos e com grande carga de trabalho, além de ter a influência direta com a gestão do serviço”, ressalta a psicóloga
“Os principais sintomas da doença são esgotamento emocional, redução da realização pessoal no trabalho, insônia, taquicardia, tristeza permanente, falta de vigor, apatia social e despersonalização do profissional”, explica Chaves.
“Para revertermos um pouco desse quadro é importante que além do acompanhamento médico para quem está sofrendo da síndrome, é que as empresas tenham iniciativas para promover o bem-estar e a qualidade de vida no ambiente que seus colaboradores estejam. Cada um fazendo sua parte o clima será melhor e com isso a produtividade também”, finaliza a especialista.
Problemas mentais: estresse, ansiedade e depressão
Uma pesquisa recente divulgada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) mostrou que os casos de depressão aumentaram em em 50% durante a quarentena por conta da covid-19. Já ansiedade e estresse tiveram crescimento de 80%.
De acordo com os dados da pesquisa, mulheres estão mais propensas a sofrer com estresse e ansiedade. Fatores como alimentação desregrada, doenças preexistentes, ausência de acompanhamento psicológico, sedentarismo e a necessidade de sair de casa para trabalhar influenciaram no crescimento. Já para a depressão, os fatores de risco apontados foram idade avançada, ausência de crianças em casa, baixo nível de escolaridade e presença de idosos no ambiente doméstico.