No próximo dia 29 é celebrado o Dia Mundial do Coração. A data serve de alerta para as doenças cardiovasculares (DCV), que são hoje, a principal causa de morte no mundo. E, para ampliar a conscientização para os cuidados com o órgão surgiu o Setembro Vermelho.
Thiago Siqueira, médico cardiologista e Coordenador da Cardiologia do Hospital Anchieta de Brasília ressalta cuidados indispensáveis, ainda mais em tempos de pandemia, já que portadores de doenças fazem parte do grupo de risco para a doença, com maior probabilidade de desfecho clínico. “É importante permitir que as pessoas tenham acesso a programas de prevenção primária a fim de evitar o primeiro evento cardiovascular, e após este, que todos tenham o acesso a prevenção secundária, para que se possa tratar adequadamente”, acrescenta.
Ele destaca que há uma correlação entre fatores de risco (hipertensão, dislipidemia, obesidade, sedentarismo, tabagismo e diabetes) com hábitos de vida e hereditariedade. “Conhecer esses três pilares é a peça chave no combate a essas patologias. Assim, após a estratificação de risco com base neles, traçamos a meta do tratamento individualizado, com foco naqueles fatores que são modificáveis, principalmente, no controle dos fatores de risco e a mudança de hábitos de vida”, destaca o médico.
A Organização mundial de saúde, OMS, diz que uma dieta não balanceada é o principal fator de risco para mortalidade precoce. E isso, conforme o médico, é um fator que agrava – se em diversos países pela perda do hábito, antes saudável, de preparar alimentos em domicílio. “O fato de deixarmos de cozinhar em casa nos expõe a maior consumo de produtos industrializados com maior carga de sódio, conservantes e estabilizantes, ingredientes estes nocivos aos sistema cardiovascular”, explica Siqueira.
O médico aponta que é preciso implementar medidas saudáveis, como praticar atividade física aeróbica pelo menos 150 minutos por semana, o que já implica em redução de eventos cardiovasculares. Para ele, o sistema público integrado a assistência suplementar privada de saúde não deve medir esforços para o controle destas enfermidades. “Estratégias eficazes, como o exemplo do combate e o tratamento do tabagismo realizados no SUS, surtem efeito e salvam milhares de vidas. Portanto, o esforço deve ser coletivo”, relata.
Dr Thiago Siqueira conclui: “é imprescindível a conscientização de que a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento eficaz são as ferramentas essenciais para o manejo destas patologias, que consomem vultosos recursos públicos e ceifam milhares de vida anualmente em todo o mundo”.