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Domingo (30/08) é o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla

No próximo domingo, 30 de agosto, é lembrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, doença imunomediada, desmielinizante e degenerativa do Sistema Nervoso Central. Fernanda Ferraz, médica neurologista do...

No próximo domingo, 30 de agosto, é lembrado o Dia Nacional de Conscientização sobre a Esclerose Múltipla, doença imunomediada, desmielinizante e degenerativa do Sistema Nervoso Central. Fernanda Ferraz, médica neurologista do Hospital Anchieta de Brasília explica que ela acontece porque o sistema de defesa do organismo (sistema imunológico) gera um processo inflamatório sobre a mielina que é uma camada de gordura que envolve as fibras nervosas no encéfalo, nervo óptico e medula espinhal, comprometendo a condução dos impulsos elétricos.

“Esse processo inflamatório provoca lesões no sistema nervoso central gerando sintomas associados ao comprometimento da função neurológica da região acometida pela lesão: visão embaçada ou dupla, fraqueza, dormência e formigamento, rigidez muscular (espasticidade), tontura, disfunção da bexiga e intestino, disfunção erétil, dor, tremores”, acrescenta. De acordo com ela, esses sintomas, quando duram mais que 24 horas são chamados de surtos e variam de paciente para paciente. “Além deles, o paciente pode apresenta muita fadiga, transtornos emocionais, diminuição da libido e prejuízo cognitivo”, pontua.

A especialista complementa que pessoas com história familiar positiva em parentes de primeiro grau têm um risco maior que a população geral. “Isso não quer dizer que a esclerose múltipla é hereditária, pois os fatores de risco para a enfermidade são vários, por isso, até então não está definida uma causa para a doença”, ressalta.

Dra Fernanda aponta que a esclerose múltipla pode ser classificada em quatro formas clínicas:
– Remitente Recorrente: quando o paciente evolui com episódios surtos de déficits neurológicos que surgem e melhoram – corresponde a 85% dos casos;

– Secundariamente Progressiva: após cerca de 10 a 20 anos de doença o paciente passa a apresentar incapacidade progressiva independente da ocorrência de surtos – cerca de 80% dos pacientes com a forma Remitente Recorrente desenvolvem a forma Secundariamente Progressiva ao longo do tempo;

– Primariamente Progressiva: quando o paciente evolui desde o início da doença com incapacidade progressiva sem a ocorrência de surtos clinicamente definidos – acomete 10% dos pacientes;

– Primariamente Progressiva com surtos: quando o paciente evolui desde o início da doença com surtos e incapacidade progressiva sem recuperação completa após os surtos – acomete 5% dos pacientes.

Ela comenta que a doença é mais frequente em pessoas de pele branca, jovens entre 20 a 40 anos, do sexo feminino, tabagistas, pessoas com história de obesidade na infância e adolescência, história prévia de infecção pelo vírus Epstein Barr, consumo excessivo de sal e ainda, em pessoas residentes em regiões de clima temperado. “A prevalência aumentada em populações que residem em áreas com baixa exposição solar levou também à identificação da relação entre os baixos níveis de vitamina D no sangue e a progressão da doença”, afirma. “Estudos mais recentes também têm buscado uma correlação entre a presença e atividade da doença e o tipo de microbiota intestinal dos indivíduos”.

Há como prevenir?
De acordo com a médica neurologista não há forma de prevenção, pois se trata de uma doença multifatorial e de causa indeterminada, por isso, a descoberta precoce ainda é a melhor estratégia para retardar a progressão da doença. “O diagnóstico é feito por meio da história clínica, exame físico e exames complementares como a ressonância magnética do encéfalo, da medula e dos nervos ópticos e a análise do líquido cefalorraquidiano”, destaca Fernanda Ferraz. Ela continua: “exames de sangue e outros exames específicos auxiliam a descartar outras doenças e avaliar a funcionalidade do sistema nervoso”, conclui.

E o tratamento?
Segundo a neurologista, o tratamento da Esclerose Múltipla é muito complexo. Nos surtos, é administrada a pulsoterapia com corticóide venoso e terapias de alto custo como imunoglobulina venosa e plasmaferese nos surtos graves refratários ao corticoide. Para o tratamento a longo prazo, estão disponíveis medicamentos imunomoduladores e imunossupressores com diversos mecanismos de ação e formas de administração.

Para Fernanda, a escolha do tratamento deve ser individualizada, pois cada paciente apresenta características particulares de modo de início e progressão da doença, fatores prognósticos, contra-indicações e tolerância. O transplante autólogo de células hematopoiéticas (células tronco) está reservado para casos pontuais com alta atividade e refratário aos tratamentos medicamentosos.

A suplementação oral de vitamina D está indicada para a manutenção de níveis do metabólito 25-OH- Vitamina D no sangue entre 40 a 100ng/dL. Além da imunoterapia, o tratamento abrange a abordagem farmacológica e não farmacológica multidisciplinar dos sintomas e sequelas como tratamento da dor, espasticidade, transtornos emocionais e cognitivos.

A esclerose múltipla tem cura?
A médica afirma que atualmente, não há cura para a esclerose, mas o conhecimento científico sobre a doença é muito dinâmico e tem avançado bastante nas últimas décadas. “Têm sido identificados diversos marcadores de atividade inflamatória e degenerativa que futuramente permitirão a monitorização mais acurada da progressão mesmo na ausência de surtos ou lesões evidenciáveis por exames de imagem e, consequentemente, a prevenção mais precoce da incapacidade”, diz. “Há novos medicamentos com eficácia comprovada para as diversas formas clínicas já utilizados em outros países e esperamos que em breve estejam disponíveis no Brasil”, finaliza a neurologista do Hospital Anchieta, Fernanda Ferraz.

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