Coragem é a palavra apropriada na prática do empreendedorismo, mas liberdade também se encaixa bem. A pandemia forçou uma mudança de comportamento em 2020 e o Brasil bateu recorde de novos empreendedores em toda a sua história. A decisão
vem acompanhada de muitos sentimentos: dúvidas, angústias, ansiedade, mas também do livre arbítrio de decidir como, quando, quem, por quê e o que fazer com seu próprio negócio.
A jornalista Cris Moreira, 30 anos de profissão, é uma destas empreendedoras que se desapegou da carteira de trabalho há 10 anos e aproveitou o período de pandemia para reinventar seu negócio: uma agência de comunicação, especializada em produção de conteúdo e treinamentos. O primeiro passo foi sair do escritório para Home Office, não ter mais funcionários fixos e sim com MEI e parceiros que agregassem novos serviços à agência, como assessoria de imprensa, produção audiovisual e campanha pagas de
marketing digital. Se uniu à uma produtora na Baixada Fluminense e a uma agência na Barra da Tijuca e assim passou a oferecer mais por menos: mais possibilidades para o cliente concentrar o trabalho de comunicação em um só lugar e menos custo fixo com pagamento de folha e despesas da sala comercial.
“Aprendi este modelo ainda no meu MBA na ESPM com o nome de economia criativa, mas nunca pratiquei. A crise nos obrigada a repensar formatos e sair da caixa”. Destaca a jornalista. Cris Moreira aproveitou a onda de educação à distância e gravou dois cursos online – “O Poder da Oratória” e “A dinâmica de Reportagem na TV”
Os treinamentos para melhorar a comunicação e media training, que eram presenciais, passaram a ser também online e não comprometeram o desempenho dos alunos. Com
isso, outra economia: a de tempo de deslocamento e logística e o preço final do infoproduto. Hoje a agência de comunicação de Cris Moreira, a Interface Conteúdo, tem clientes dos segmentos de direito, imobiliário, construção civil, offshore, política,
esporte e estudante de jornalismo. Isso foi outra herança da pandemia que forçou com que empreendedores abrissem o leque de atendimento e oportunidades de empregar
outros empreendedores.
- “Fiz 12 campanhas políticas ano passado em parceria com uma produtora e contratei 50 micro empreendedores individuais. O importante não é você ganhar o bolo todo. É saber dividir e estar sempre ganhando. Como diria um grande apresentador que dirigi na Record, “onde pinga não seca” – relembra Cris que atuou 20 anos como jornalista nas principais emissoras de TV do país.
Só nos 9 primeiros meses de 2020, o número de inscrições no MEI subiu 14,8% em comparação ao mesmo período de 2019. Foram 10,9 milhões de novos registros. No final de fevereiro de 2020, antes de ser decretada a pandemia, 1,15 milhão
de novas inscrições do MEI foram feitas e no fim de setembro de acordo com os dados do Portal do Empreendedor, do Governo Federal. Somados aos 7,5 milhões de micro e
pequenas empresas, esse setor representa 99% dos negócios privados e 30% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Com os altos índices de desempregos no país, os brasileiros estão migrando cada vez mais para o empreendedorismo, O Sebrae concluiu que até dezembro de 2020 pelo menos 25% da população adulta investiram em seu próprio negócio.