Que a alimentação saudável traz inúmeros benefícios a saúde não há mais dúvidas, mas você sabia que ela está diretamente relacionada ao estresse? O nutrólogo Allan Ferreira, do Hospital Anchieta de Brasília, explica que o estresse é uma resposta física do nosso organismo a um estímulo.
“Quando submetido ao estresse, nosso corpo entra em modo defensivo, liberando uma mistura complexa de hormônios e substâncias químicas como adrenalina, cortisol e norepinefrina para preparar o corpo para a ação física”, acrescenta. De acordo com o especialista, esse estímulo resulta em uma sensação de esgotamento, que do ponto de vista mental, se manifesta como uma sensação de cansaço e fadiga.
Ele aponta que para que possamos nos recuperar é necessário: descanso, repor energias e renovar o que foi exigido ao limite. E a alimentação é fundamental neste processo.
“O descanso é necessário, e isto pode ser feito com uma boa noite de sono e atividades relaxantes, como ler um bom livro, ouvir uma boa música, tomar um banho de banheira”, relata. “A dieta também pode participar deste relaxamento”, conclui. Segundo Ferreira, existem alimentos que podem auxiliar neste processo, como chás calmantes (erva-cidreira, camomila, melissa), frutas como a banana, o kiwi e o maracujá (ricos em flavonoides com efeitos calmantes), além do leite e iogurte (ricos em triptofano) e da alface (lactulina).
O segundo passo é repor as energias. “De início, podemos achar que alimentos ricos em carboidratos simples e estimulantes, como doces, cafés, refrigerantes, salgadinhos poderiam ajudar a melhorar a sensação de fadiga. Se por um lado, o efeito inicial da ingestão destes alimentos possa ser positiva, no caso destes açúcares simples, eles têm efeito apenas momentâneo e limitado” destaca. Para o Dr Allan, o aumento de energia proveniente de seu consumo é apenas momentâneo, sendo seguido de falta de energia. “Neste caso o ideal é se alimentar com carboidratos complexos (integrais, aveia, quinoa), que, além de ricos em fibras, permitem que a energia dos alimentos seja liberada de maneira mais lenta, o que tem efeito positivo por manter a nossa energia por mais tempo”, comenta.
O nutrólogo preparou algumas dicas de como evitar ou mesmo combater os dias de estresse. Confira:
-Alimentos ricos em gorduras boas (abacate, amendoim, amêndoas, nozes, peixes de água fria – como salmão), também ajudam no nosso equilíbrio energético. Além disso, a presença de ômega-3 e ômega-6 nestes alimentos servem como matéria-prima para recuperação e redução da fadiga.
-Remover e neutralizar substâncias deletérias produzidas durante o período de estresse, também é importante. Alimentos ricos em anti-oxidantes (vitamina C, vitamina E, selênio, polifenóis) contribuem para isso.
– Uma alimentação rica em frutas cítricas e verduras, azeite de oliva e ovos ajudam bastante neste processo.
– Além de ingerir alimentos que relaxem e contribuam com o aumento da energia, precisamos também de nutrientes que ajudem o organismo a se recuperar. Para este papel, precisamos além das gorduras estruturais (ômega-3 e ômega-6), diversas vitaminas e sais minerais.
– Alimentos ricos em magnésio (verduras verdes escuras), vitaminas do complexo B, em especial a tiamina (presentes na gema de ovos e alimentos integrais além da carne) além da vitamina D (banho de sol) e fósforo (frutas secas, leite e derivados, peixes, sementes e castanhas).
– É fundamental sempre beber bastante água também.
“Lembre-se: quando estamos estressados, o nosso organismo está cansado. Evite desafiá-lo ainda mais com refeições pesadas, bebidas alcoólicas e bebidas estimulantes”, finaliza.