Saúde

Estudo aponta que o número de espermatozóides diminuiu cerca de 50% ao longo das décadas

Um estudo recente publicado pela revista Human Reproduction da Universidade de Oxford, nos Estados Unidos, concluiu que, nos últimos 50 anos, o número de espermatozóides parece ter diminuído cerca de 50% em todo o mundo. Ainda não é possível afirmar se a fertilidade está sendo afetada por esse fenômeno, mas essa redução não deixa de ser um alerta importante sobre a saúde masculina.

De acordo com a especialista em reprodução humana Dra Lorrainy Rabelo, o sêmen é considerado um “termômetro” da saúde do homem, de forma que a queda na sua qualidade, mesmo que não implique em dificuldades de reprodução, não é um bom sinal.

A pesquisa avaliou a contagem dos espermatozóides de 1973 até 2018, mas não foram analisadas quais foram as possíveis causas dessa diminuição importante. Segundo os pesquisadores do estudo, desde 1973 o declínio na contagem era de uma média de 1,16% ao ano, mas a partir dos anos 2000 foi acentuado para 2,64% ao ano.

A médica explica que os dados são alarmantes sobre a fertilidade e a saúde masculina em geral. ‘’Um dado muito significativo que nos leva a algumas reflexões. Primeiramente, porque podemos descartar provavelmente as alterações genéticas como causa, visto que a alteração ocorreu de forma muito abrupta para se aventar essa causa. O que nos leva a considerar mais fatores ambientais e hábitos de vida como determinantes, pois nos últimos anos, a população esteve mais exposta a dietas ricas em alimentos ultraprocessados, consumo excessivo de álcool e tabaco, além de obesidade, estresse, sedentarismo dentre outros fatores que sabidamente são maléficos para a saúde global do indivíduo”.

Além disso, a especialista acredita que os disruptores endócrinos possam ser também aventados como possíveis causas. Eles agem por mecanismos fisiológicos pelos quais substituem os hormônios do nosso corpo, ou bloqueiam a sua ação natural, ou ainda, aumentando ou diminuindo a quantidade original de hormônios, alterando as funções endócrinas.

‘’A exposição ao que chamamos de disruptores endócrinos, excesso de plásticos, agrotóxicos e radiação promovem a alteração na qualidade dos nossos gametas [células reprodutivas responsáveis pela formação de uma nova vida] diretamente. O estudo é um grande alerta para uma necessidade urgente de promover qualidade de vida e saúde na vida das pessoas’’, finaliza Lorrainy.

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