Estudos apontam que, para resultados mais eficientes, toda categoria precisa ser bem articulada, com uma boa representação da linha de frente. Apoiada nesta premissa, a Abare (Associação Brasiliense de Turismo Receptivo) vem lutando incansavelmente nas últimas semanas a fim de conseguir melhorias para profissionais dos transportes receptivos e turísticos do Distrito Federal. Isso porque o setor vive seu pior momento, em meio à crise gerada pelo coronavírus. O turismo, severamente atingido pelas medidas de isolamento social, é responsável por 8,1% do PIB nacional.
Segundo o presidente da Abare, Reinaldo Ferreira, o setor está angustiado e pensando já no futuro próximo. “Com os dois anos que tenho de mandato, sempre vou ser ativo para a associação e para os transportadores turísticos receptivos, buscando o melhor para categoria. Estamos felizes com alguns avanços que tivemos, porém eles serão apenas para cobrir os prejuízos de 100 dias sem faturamento que estivemos. Por isso, ações que estimulem o trabalho de alguma forma será muito positivo”, destaca.
As medidas adotadas pela associação começaram em conversas com a Secretaria de Turismo do DF, meses antes da manifestação do último dia 28, na Esplanada dos Ministérios, para cobrar apoio do Executivo local. Após o ato, que ocupou três faixas da Via S1 e contou com a participação de dezenas de vans e ônibus turísticos, as soluções ganharam ainda mais força e agilidade.
Abare conseguiu, por exemplo, viabilizar uma reunião com o vice-governador Paco Britto e com o diretor do Banco de Brasília (BRB) Luiz Carlos Formigari. Além disso, a secretária de Turismo, Vanessa Mendonça recebeu em mãos um documento com as sugestões de propostas do setor, pedindo ajudas como a diminuição de impostos como IPTU de garagens e imóveis das empresas e a isenção do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA).
Linha de crédito e auxílio emergencial
No começo do mês, a Abare firmou um termo de cooperação com BRB (Banco de Brasília) para auxiliar profissionais do turismo durante pandemia. O convênio, que foi assinado em uma reunião com a presença do presidente do banco Paulo Henrique Costa, prevê oferecer atendimento e condições diferenciadas de acesso aos produtos e serviços do BRB para os filiados da associação, além do direcionamento de uma agência específica do banco para as demandas do setor. Trata-se da agência JK, próximo ao Setor Hoteleiro Norte.
O governador Ibaneis Rocha (MDB) sancionou, no último dia 11, a lei que concede benefício de R$ 1,2 mil a proprietários de veículos que fazem transporte escolar e de turismo no DF. Uma parceira importante na conquista foi a secretária de Turismo do DF, Vanessa Mendonça.
Ela explica que está atuando em conjunto com a Abare desde o começo. “Lançamos com a associação e outras entidades o movimento “Juntos por Brasília, Juntos pelo Turismo” justamente para dar suporte a todo o setor. Quando a crise começou, conversamos com o presidente Reinaldo Ferreira sobre o que era mais urgente e de imediato o BRB lançou a linha de crédito. Em seguida, conquistamos o auxílio de R$ 1.200. Estamos trabalhando para darmos todo o suporte para os profissionais de turismo receptivo e nos prepararmos para o momento da retomada, que sabemos será pelo turismo interno”, aponta.
Próximos passos
Em busca de mais apoio da secretaria de turismo, a Abare reivindica três pontos importantes para dar suporte aos profissionais que trabalham com o turismo receptivo no DF e que estão sem faturamento há mais de três meses.
“O primeiro passo seria a testagem em massa do covid-19 para todos os nossos profissionais; em seguida a realocação dos nossos veículos em programas do GDF, e em terceiro, um ponto de apoio no aeroporto JK para embarque e desembarque de turistas. Vamos atrás disso que trarão um respiro para a categoria”, finaliza Reinaldo Ferreira, presidente da associação.