Em “Bad Boys Para Sempre” (Bad Boys for Life) Will Smith e Martin Lawrence voltam a um dos papéis mais conhecidos da dupla no cinema. 17 anos depois do último lançamento da franquia, em 2003, eles provam que mesmo depois de tanto tempo, continuam com química de sobra. Vamos combinar que só de não sair do cinema decepcionado já é uma vitória. É fácil errar nesse tipo de continuação – a gente entra no cinema já preparado para passar por isso novamente. Ainda mais agora que a indústria cinematográfica parece girar em torno do sentimento de nostalgia. A franquia Jurassic Park, por exemplo, foi revivida em 2015 e o resultado parecia uma versão genérica, apesar de tecnológica, do original. Mas Bad Boys para Sempre consegue tirar a franquia do arquivo de filmes antigos sem danificar o que já era bom.
Como é de se esperar, devido à idade dos atores, o filme apresenta versões quarentonas de Marcus Burnett e Mike Lowrey. Já sem o mesmo pique pro trabalho policial, Marcus se prepara para a aposentadoria enquanto Mike insiste em continuar o trabalho na corporação. Os dois são obrigados a rever suas posições quando um criminoso busca se vingar de agentes da lei.
O filme, apesar da grande distância temporal com os originais, consegue manter em sua essência os elementos que fazem o primeiro especial. A dupla principal de policiais continua super bem, se espetando e soltando faíscas, mas ainda assim transparecendo amizade. Isso levando em conta que a diferença os personagens é ainda mais acentuada, agora que Marcus tem uma família ainda maior e Mike está há anos vivendo sozinho, se tornando uma figura admirada na polícia. Will Smith e Martin Lawrence continuam atuando com tanta química que é fácil acreditar que os atores são amigos na vida real, com o bônus de que Lawrence está ainda mais afiado no humor.
A direção da dupla Bilall Fallah e Adil El Arbi, mesmo mudando um pouco o estilo de filmagem, honra a estética de Michael Bay, diretor dos dois primeiros filmes, inclusive nas cenas de explosão. Mas é preciso deixar claro: o forte do filme não é o roteiro. A história escalona o tema central da série, tomando caminhos que lembram o que Velozes e Furiosos fez em suas sequências, mas com exageros mais contidos. É um filme cujo objetivo é entreter, sem muitas inspirações artísticas. E isso ele entrega muito bem: é divertido e despretensioso, além de honrar o legado deixado pelo Bad Boys de 1995. Tem boas chances de agradar muito quem gostou do filme original.