O ano termina e a primeira edição do Estação Cerrado. Para a quarta e última etapa, no dia 15 (sábado), consultorias e oficinas para qualificação de artesãos e produtos e a apresentação do Moçambique de Santa Efigênia, um dos três grupos de congada da cidade de Brasília.
A iniciativa, contemplada pelo Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal (FAC/DF), iniciou em setembro e ofertou à comunidade oficinas de artesanato com recursos naturais do cerrado e consultorias para qualificação e comercialização das peças. Ainda passaram pelo projeto, belíssimas apresentações e manifestações culturais como o Grupo Teatro de Rua Scutum, o Bumba Meu Boi do Seu Teodoro e o Seu Estrelo e o Fuá do Terreiro.
Na abertura, das 9h ao meio-dia, oficina de Turbantes Étnicos com a produtora cultural e representante da mulher negra empreendedora, Ialê Garcia. Ialê irá compartilhar técnicas para a produção desse adereço, que é símbolo da resistência e do empoderamento da mulher negra. Para a confecção, tecidos e materiais reaproveitados. “Será também uma manhã de bate-papo sobre a importância da cultura afro à comunidade e as possibilidades de produtos que podem gerar renda”, explica Garcia.
Ainda pela manhã, consultoria em Acabamento e Qualificação das Peças Artesanais com a artista plástica e designer de joias, Lourdinha Danevy. A goiana radicada há 44 anos em Brasília reforçará a importância da finalização do artesanato e embalagens, que agregam valor à produção. ” Vou analisar peças dos participantes e orientar sobre como poderão aprimorar o trabalho para despertar o interesse do consumidor”, explica. ” O artesão precisa valorizar o seu trabalho para que o cliente também o faça”, completa.
No período da tarde, será a vez da artesã Miriam Barbosa dividir o expertise na produção de colares com cordão encerado e flor bordada com aplicação de tecido durante a Oficina de Acabamentos em Peças Artesanais.
Em seguida, o coach empresarial Luiz Claudio Miranda Moraes prestará consultoria em Visão Estratégica de Mercado e Propagação de Técnicas e Produtos por meio do Marketing. O especialista vai ensinar como utilizar as redes sociais em benefício do negócio. “O participante sairá do encontro aplicando as técnicas ensinadas. Uma ótima oportunidade para ganhar visibilidade no mercado e alavancar as vendas”, garante Moraes.
As oficinas e consultorias são gratuitas e acontecem na Praça Central da Feira de Artesanato da Torre de TV . As inscrições devem ser feitas, antecipadamente, pelo estacaocerrado2018@gmail.com. Basta encaminhar nome completo, idade, CPF, contato telefônico e o nome da atividade de interesse. Vagas limitadas.
Para encerrar o projeto, às 16h, apresentação gratuita do Moçambique de Santa Efigênia, grupo de congado que tem por finalidade levar os reis e rainhas coroados dentro da irmandade. Uma tradição da velha África trazida ao Brasil pelos escravizados, como forma de se manterem ligados à terra de origem.
A apresentação é um cortejo, instrumentado por tambores de madeira com couro de boi curtido e a pantagonga, um tipo de chocalho utilizado na congada, e com uma comitiva formada por gungas (capitães), alferes de espada (soldados) com bandeiras e bastões.
Sobre o Estação Cerrado
O projeto foi realizado em quatro etapas, de setembro a dezembro, com a proposta de levar ao público o processo artesanal de produtos e a valorização os saberes tradicionais do DF e entorno. Para isso, ofertou oficinas, vivências e manifestações culturais que fazem parte da identidade brasiliense. “Tivemos o cuidado de elencar artesãos e atrações da nossa região para dar visibilidade à produção, às técnicas, à arte e valorizar peças produzidas com recursos do cerrado. Vivemos em uma região onde a maior parte das pessoas vieram de outros estados, trazendo suas identidades étnicas, habilidades e aqui uniram seus saberes dando identidade a arte brasiliense”, explica produtor executivo, Julio Cesar Pereira.