Desde o dia 1º de junho, toda segunda-feira no fim da tarde, a arte, a natureza e a arquitetura de Brasília têm encontro marcado com a genialidade do mestre, Hugo Rodas, nas performances da série Quem partiu é amor de alguém. Em tempos de descaso das autoridades com a vida, os artistas da capital, de forma voluntária resolveram espalhar amor, reverenciar as milhares de vítimas do Coronavírus e, mesmo que silenciosamente, dar muitos recados.
Na próxima segunda-feira, dia 29 de junho, esse esforço coletivo irá concluir seu ciclo com o ato Força do Amor, que promete reunir centenas de trabalhadoras e trabalhadores da cultura do DF, a partir das 16h, na Praça dos Três Poderes.
Vestidos de branco, com máscaras, respeitando o distanciamento, carregando balões e bandeiras com corações vermelhos, os profissionais de toda a cadeia produtiva da cultura candanga se juntam nos atos repletos de afeto. O caminhar lento e firme, e a presença silenciosa e meditativa de profissionais da cultura em espaços de arte e poder, realçam a importância de se olhar para dentro e de entrar em sintonia com o todo.
As cores branca e vermelha, representando paz e amor, se fundem ao amplo horizonte da Capital e ao azul celeste do coração do Brasil. Lançados ao ar, os balões em formato de coração irradiam amor, afeto e compaixão a todos e todas, nos vários cantos do mundo, mas em especial aos mais afetados pela pandemia.
As Vigílias Silenciosas repercutiram na imprensa mundial e conquistaram público cativo nas redes sociais. Quem partiu é amor de alguém já homenageou as mais de 50 mil vítimas do novo Coronavírus, reverenciou os profissionais da Saúde, protestou contra o racismo, a favor da democracia e lembrou também os povos originários, as vidas indígenas perdidas e as florestas desrespeitadas e negligenciadas.
A itinerância dos atos constrói uma narrativa carregada de simbologia. Iniciada na Rodoviária do Plano Piloto, cravada no centro da cidade, representou a conexão com a terra e o coletivo. A segunda vigília teve como cenário os espelhos d’água da ampla Praça do Museu Nacional, fazendo escorrer, como água, amor e afeto por todos os cantos.
Em frente à Catedral de Brasília, a terceira trouxe um respiro profundo de fé na vida e soprou nos ares respeito e empatia. A seguinte voltou-se à bela fachada do Teatro Nacional, em reverência à indiscutível chama da criatividade e das artes, imprescindíveis para o autoconhecimento e para lidar com desafios.
Este último dos 5 Atos da vigília, no dia 29 de junho, pretende levar um Ato de amor ao núcleo central das tomadas de decisões. Esta derradeira vigília silenciosa propõe religar a matéria (palpável) com a energia etérea que atravessa pensamentos e intenções. Após este 5º Ato, campanha seguirá com ações virtuais em seus canais no Instagram (instagram.com/quempartiueamordealguem/) e no YouTube (youtube.com/channel/UC1VRztwt33r56w-jl7NsHsw).