O potencial do segmento espacial e os estímulos aos negócios atraem novos profissionais para a área
Satélites de telecomunicações e de meteorologia, geração de mapas digitais para empresas de dispositivos móveis, fotografias aéreas, imagens de satélite para reduzir riscos crimes ambientais. Hoje, a indústria espacial abre possibilidades para geração de empregos e inúmeras chances de desenvolvimento em diferentes áreas. Especialista aponta que cursos da área das ciências da terra, como Engenharia Cartográfica, Geologia, tendem a ganhar espaço, umas vez que o mercado das tecnologias Geoespaciais está em alta.
O setor espacial, considerado um dos principais indutores do desenvolvimento tecnológico de um país, movimenta mais de US$ 360 bilhões ao ano no mundo, segundo dados da Agência Espacial Brasileira (AEB). E as projeções para o futuro são ainda cifrões, considerando o investimento mais expressivos de novos players no cenário global.
O engenheiro cartógrafo Alexandre Silva, gerente de produtos de Radar de Abertura Sintética da Hex, empresa de geoprocessamento, aponta que campo de sistemas de informações geográficas passa por um momento de expansão. “Do ponto de vista tecnológico, o cenário é o melhor possível. Nunca tivemos tantos dados espaciais para trabalhar. Agora, várias constelações de satélites estão adquirindo dados da superfície do planeta. Com isso, é possível fazer análises espaciais cruzando diferentes tipos de dados”.
Segundo o especialista da Hex, Alexandre Silva, o grande desafio é conseguir lidar com o grande volume de dados disponíveis hoje e extrair informações úteis. “Acredito que o Sistema de Informação Geográfica (SIG) em sua concepção foi a forma mais inteligente encontrada de gerenciar esses tipos de dados”. O SIG é um sistema que engloba pessoas, dados, software, hardware, a fim de permitir a utilização e armazenamento de dados geográficos.
A tendência global é comoditizar a informação cada vez mais as empresas de geoprocessamento, que tendem a oferecer a informação por meio de serviços, abandonando a velha venda de produtos, imagens e softwares que por muito tempo dominou o mercado. “Essa transformação necessita bem mais de profissionais especializados nessas empresas, então sem dúvida beneficia quem tem uma formação boa e de qualidade na área”, explica Alexandre. Para ele, como é uma transformação que reflete em todo o mundo, incluindo o Brasil, o cenário é propício para quem está se formando ou deve se formar nos próximos anos.
O trabalho da Hex é baseado em uma plataforma própria de processamento digital de imagens em larga escala, o SKYNET, peça fundamental nas suas atividades de sensoriamento remoto. Trata-se de tecnologia associada a métodos específicos que permitem obter informações sobre mudanças ocorridas na superfície da terra, através de sensores instalados a bordo de satélites colocados em órbita da Terra, cujo o objetivo é a observação do planeta.
“O sensoriamento remoto possui aplicações nos mais diversos setores, como nas áreas: da defesa, segurança pública, meio ambiente, agricultura, gestão fundiária, monitoramento de obras e estruturas críticas, detecção de manchas de óleo, entre outras. Costumo dizer que a grande maioria das operações que demandam a execução de algum tipo de fiscalização ou monitoramento de campo ou no território, provavelmente o sensoriamento remoto poderá agregar valor e em alguns casos, até mesmo, viabilizar o que seria impossível sem ele”, destaca Leonardo Barros, diretor-executivo da empresa.