Já dizia o mestre Nei Lopes:
“Os baianos chegados ao Rio na segunda metade do século XIX constituíram uma espécie de colônia responsável pela manutenção, em terras cariocas, da cultura marcada de recriações africanas que traziam da terra de origem”.
É esse contexto cultural que permite o surgimento do Samba carioca, debaixo da iluminada proteção matriarcal das famosas “tias” do Samba, como Tia Bebiana, Tia Perciliana e Tia Ciata, dentre muitas outras. Os terreiros eram ao mesmo tempo santuários religiosos e espaços de proteção social e cultural.
A Roda de Samba QUE TRABALHO É ESSE? humildemente agradece nossos verdadeiros heróis e heroínas por permitirem que o Samba e suas belezas chegassem até nós. “O Samba é pai do prazer”.
Ao mesmo tempo, aproveitamos para condenar veementemente quaisquer atos de intolerância religiosa, e mais especificamente o crime praticado provavelmente por fanáticos na Tenda Beneficente Cabocla Jurema, no último dia 25 de Dezembro, em Sobradinho.
Na noite de Natal, o terreiro dirigido por Mãe Maria da Oxum (com mais de 50 anos de tradição no DF) foi cruelmente atacado. Existem fortes suspeitas de motivações extremistas e terrorismo religioso, pois apenas as instalações com objetos sagrados foram incendiadas. “O Samba é filho da dor”.
Nos solidarizamos com a dor dos integrantes da Tenda Cabocla Jurema e nos juntamos ao sentimento de que os criminosos devem ser exemplarmente punidos. Não deve existir espaço para a intolerância em nosso país!
Em nossa próxima Roda de Samba em parceria com o Calaf, 30% da arrecadação com a bilheteria do QUE TRABALHO É ESSE? serão revertidos para a urgente reestruturação física do terreiro. Continuamos acreditando do Samba como “o grande poder transformador”!
Salve a cultura afro-brasileira!
Lucas de Campos
SERVIÇO:
Roda de samba Que Trabalho é Esse? convida Teresa Lopes
Dia 12 de janeiro, domingo, às 16h, no Outro Calaf (SBS, Q. 2; 3325-7408).
Ingressos: R$ 15, até 18h; R$ 20, após.
Não recomendado para menores de 18 anos.