O começo de outubro foi marcado por temperaturas elevadas na capital federal. O DF atingiu o recorde de calor do ano, com termômetros marcando mais de 36 graus e umidade do ar em torno de 9%. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) chegou a emitir alerta de “grande perigo”, afirmando que há risco de morte por hipertermia — quando a temperatura corporal sobe além dos 40ºC.
Jefferson Pitteli Fonseca, médico otorrinolaringologista do Hospital Anchieta de Brasília, explica que a onda de calor, associada à baixa umidade, é extremamente prejudicial ao corpo e lembra que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), níveis aceitáveis de umidade do ar devem girar em torno de 60%.
“Com o calor e a seca, nós começamos a perder água pelas mucosas (olhos, boca e nariz), fazendo com que os mecanismos de defesa dessas regiões fiquem prejudicados. Dessa forma, ficamos suscetíveis a agentes externos que podem causar desde simples alergias até infecções graves”, afirma. “Por isso, muito comuns nessa época do ano são as alergias respiratórias e oculares e infecções virais e bacterianas como sinusites, amigdalites e bronquites, além de sangramento nasal, tosse e irritação em garganta”, complementa.
Para evitar complicações em decorrência da onda de calor, há algumas medidas simples que podem ser tomadas no dia a dia. De acordo com o especialista é preciso “beber muita água, lavar o nariz e os olhos com soro fisiológico, utilizar roupas leves e espalhar panos úmidos pela casa”. O otorrinolaringologista orienta, também, evitar atividades físicas ao ar livre entre 10h e 16h e manter o uso das máscaras para diminuir os riscos de contaminação pela covid-19. “Se persistirem os sintomas mesmo com essas medidas, é importante procurar atendimento médico”, conclui.