Espetáculo de SP chega ao DF e promete emocionar o público

Tendo como provocação a obra Amor Líquido – Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos, de Zygmunt Bauman, “Dias de Setembro” é um retrato do relacionamento contemporâneo e reflete, junto ao público, sobre a derrota do amor idealizado.
Foto: Daniel Fama Foto: Daniel Fama

Tendo como provocação a obra Amor Líquido – Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos, de Zygmunt Bauman, “Dias de Setembro” é um retrato do relacionamento contemporâneo e reflete, junto ao público, sobre a derrota do amor idealizado.

Nesta comédia dramática, o espectador pode escrever parte da dramaturgia e interferir de forma direta no espetáculo, orientando Henrique na saga de tentar entender o amor.

Apropriando-se do clichê das relações amorosas, “Dias de Setembro” surge para falar do relacionamento amoroso atual, buscando a sua desconstrução e quebra de preconceitos sociais ao escolher uma relação homoafetiva para tratar do tema.

No espetáculo, o personagem Henrique volta ao apartamento (que está fechado há meses) onde morou com Eduardo, seu ex-namorado. Busca naquele lugar entender o momento em que tudo desandou para então escrever uma carta como forma de expurgo da sua angústia. Mas ele não está sozinho e enxerga a plateia, como se a tivesse convidado a passar esta noite junto com ele e entender melhor este sentimento tão óbvio, mutante e complexo.

A dramaturgia da peça é dividida em quatro momentos: início, paixão, crise e fim. Serve como um guia para o personagem e para o próprio público, que interfere de maneira direta na peça com suas histórias pessoais de amor, aconselhando o personagem. A escolha por retratar uma relação homoafetiva vem do posicionamento político e social de quebrar preconceitos e combater a homofobia pela poética e, também, pelo exercício do lugar de fala do artista criador, dando mais força ao texto e à interação com o público.

O cenário é um apartamento ressignificado, composto por um grande tapete e luminárias de madeira, velas, vinho e tecidos de textura vintage. Esses elementos trazem elegância à estética do espetáculo, ao mesmo tempo em que estimulam o público a conversar diretamente com o ator. A trilha sonora da Banda Encarne possui letras que funcionam como resumos pontuais de cada parte do espetáculo, dilatando assim a percepção poética do público.

“Voltar ao DF com Dias de Setembro após quatro anos, pra mim é motivo de comemoração por diversos motivos: será a primeira vez que me apresento no plano piloto como artista solo e logo após estar como jurado no Festival Nacional de Teatro de Bolso em quem o espetáculo foi vencedor em 2018. Neste ano eleitoral, sempre é importante reforçarmos o discurso da tolerância, respeito, afeto e reflexão acerca da diversidade. E o espetáculo traz tudo isso para cena de forma leve e pungente”, comenta o ator Lucas Sancho.

ANOTE AÍ OS DIAS DE APRESENTAÇÃO

24, 25 e 26 de junho no Espaço Cultural Renato Russo – 508 Sul

Ingressos a R$30 e R$15 (à venda no próprio teatro) – Informações: 61- 981810948

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia, Direção, Direção de Arte e Interpretação: Lucas Sancho/ Músicas: Banda Encarne / Colaboradores: Aila Rodrigues, Ailton Guedes, Andréa Piol, Angela Moura, Beto Collyer, Davi Sabry, Cris Rasec, Elisa Porto, Fauller, Gustavo Portela, Luiz Fernando Marques (Lubi), Nidéa Baretto, Ricardo Tabosa, Rodrigo Risone, Tércia Montenegro e Walmick de Holanda.

Realização: Núcleo O Ator Maestro – Comédia Dramática

55min – 14 anos