Amanhã, quarta-feira (9/12), é comemorado o Dia do Fonoaudiólogo, profissional responsável por cuidar da voz humana, dos distúrbios de linguagem e ainda, problemas auditivos. E em tempos de pandemia, muito se fala sobre esses distúrbios. E é inegável que as máscaras de proteção têm um papel fundamental na prevenção e combate à covid-19. No entanto, você provavelmente já percebeu que elas atrapalham a audição e dificultam a comunicação. Uma pesquisa publicada pela Hearing Review, mostrou que a máscara comum pode reduzir os sons de 3 a 4 decibéis, enquanto a N95, muito comum entre os profissionais da saúde, até 12 decibéis.
“A máscara atrapalha a audição por dois motivos principais. Primeiro porque ela tira nossa pista visual de comunicação, que é olhar para boca, para a fisionomia da outra pessoa”, explica Erica Bacchetti, fonoaudióloga da clínica ParaOuvir. “Além disso, ela é uma barreira física que atenua pelo menos 12 decibéis de som, então, realmente, atrapalha não só as pessoas que têm perda auditiva, mas as que têm audição normal também”, acrescenta.
Segundo a especialista, as máscaras não aumentaram os casos de surdez, mas deixaram mais evidente que as pessoas com algum grau de perda auditiva não conseguem ficar bem sem uma comunicação adequada. “Elas aumentaram a percepção das pessoas em relação às dificuldades de comunicação”, aponta.
Como não é possível deixar a máscara de lado, a fonoaudióloga dá algumas dicas para facilitar o diálogo enquanto o acessório estiver sendo utilizado, especialmente para pessoas com algum tipo de problema auditivo. “Procurar máscaras com visor transparente para permitir a leitura labial e utilizar aplicativos de transcrição de áudio são algumas formas de ajudar”, exemplifica. “Outra dica importante é sempre repetir a informação e confirmar se a outra pessoa realmente entendeu o que foi dito”, conclui.
Sinais de perda auditiva
Erica destaca que, embora muitos pensem que perda auditiva é apenas a surdez total, isso não é verdade. “Ela tem vários graus e níveis de dificuldade”, justifica. “Então, ficar sempre pedindo para as outras pessoas repetirem o que elas disseram ou escutar um zumbido chato e intermitente no ouvido são sinais de alerta”, complementa. “Por isso, quando temos uma baixa da audição, temos que nos preocupar e tratar o problema independentemente do grau da perda”, conclui.