Esse é um daqueles filmes que você irá assistir e pensar “eu já vi isso antes”. Essa frase vai lhe acompanhar durante todo o filme, lhe dando a certeza de que nada de realmente original foi desenvolvido em tela, por isso não espere se surpreender com nada. Dando uma noção geral da história, uma nadadora do college sai desesperada em meio a um alerta de furacão em busca de seu pai em sua antiga casa. Lá, eles precisam lutar por suas vidas contra enormes crocodilos trazidos pela tormenta. Temáticas muito próximas estão presentes em filmes como Tubarão e o famigerado Anaconda em suas milhares de versões. E, apesar de tudo, o filme parece não ser levar a sério (o que é bom) tendo a pretensão de apenas proporcionar diversão escapista para quem o assiste. Mas, ao contrário do blockbuster clássico de Steven Spielberg, aqui a proposta falha miseravelmente.
A começar pelo roteiro, que podemos resumir na cena de abertura do longa de 1h27 (que mais pareceu uma eternidade). Essa cena tem um nível de breguice tão acentuado que me fez colocar a mão na testa com aquele sinal de “isso não pode estar acontecendo”. Mas, após isso, resolvi dar uma chance ao filme e mesmo com uma história rasa, utilizei o recurso de suspensão de crença para tragar a trama mais facilmente. Os efeitos especiais da tempestade de que aproximava eram honestos, os protagonistas Kaya Scodelario (Maze Runner) e Barry Pepper (O Resgate do Soldado Ryan) pareciam investidos em desempenhar um bom papel. A história vai se desenrolando lentamente até o fatídico encontro da mocinha com seu pai. Mas, um terceiro elemento veio pra atrapalhar o encontro em família… acho que você já consegue presumir quem seja. Sim, um enorme crocodilo, com textura bastante emborrachada e que mandou o crédito que eu tinha dado à equipe de efeitos especiais para o espaço. O que diabos era aquilo. Porém, em sua defesa, um filme que custou 13,5 milhões de dólares realmente tem um orçamento bem apertado pra contratar a equipe de efeitos especiais de “O Rei Leão”, que conseguiu entregar o mega realismo que faltou neste. Ok, após o susto do primeiro encontro com o crocodilo (não pelos motivos pretendidos pela direção de Alexandre Aja), inicia-se um aumento de tensão e o filme encontra seu melhor momento. Quando o clima torna-se claustrofóbico é possível de fato não enxergar saída para a situação dos mocinhos, afinal estão em desvantagem física e numérica contra crocodilos enormes. Mas, quando chega o terceiro ato, a bagunça e o caos não controlado tomam de conta do roteiro, as facilitações narrativas tornam-se absurdas, como rádios de comunicação que surgem no meio de uma casa caindo aos pedaços, um box de banheiro grande e forte o suficiente para prender um aligator de mais de 3 m de comprimento, jump scares telegrafados e que não assustam nada, partindo mais para o ridículo e o final que eleva o significado de brega a um outro nível.
É certo que “Predadores Assassinos” não teve a pretensão de ser um novo “Tubarão”, mas também deve ser consenso que sua produção poderia ter entregue um resultado MUITO melhor. De 0 A 10, NOTA 3,0.
Crítica por: Wállison Lemos