O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), divulgou um dossiê sobre os acidentes por bebida alcoólica no país. Conforme o boletim, que foi lançado em comemoração aos 15 anos da lei seca, só em 2021, foram registradas mais de 10 mil mortes em decorrência da mistura de álcool e direção, uma média de 1,2 óbito por hora. Ainda de acordo com a pesquisa, a faixa etária mais afetada é a população dos 18 aos 34 anos.
Foi pensando nisso que o professor de química Ramon Andrade elaborou um projeto de conscientização e segurança no trânsito. Ele trabalha com alunos do 3º do ensino médio e os ensina a fabricar etilômetros (ou bafômetros). Os adolescentes, montam o equipamento desde o início, aprendendo como funcionam os sistemas. “A ideia é montar protótipos em sala. Para isso, fazemos a análise clínica e os testes dos sensores de gás e vapor de etanol que existem disponíveis para as placas do arduino”, explica.
Parceria
O coordenador de ensino de tecnologia Murillo Oliveira, do Grupo Blue Educação, explica que a robótica entrou no projeto com a parte estrutural do equipamento. “Entendemos a programação do etilômetro, a construção do circuito, o sensor, bem como suas formas de aplicações, assim podemos oferecer o equipamento e como montá-lo”, comenta.
Logo, a parte química do estudo fica por conta do educando em sala de aula. “Falamos sobre o polímero e suas reações com as partículas de álcool, como se dá esse contato, como o álcool age no organismo e principalmente como é a parte química do etilômetro”, adiciona Ramon Andrade.
Ele conta que a ideia inicial era montar uma espécie de startup que trabalhasse junto com o DETRAN. “O protótipo deu tão certo que foi apresentado na Campus Party Brasília deste ano, com a explicação química e a comprovação de como funcionaria a metodologia”, adiciona Ramon Andrade.
Problemas a curto e longo prazo
Não é novidade que o consumo de bebida alcoólica traz diversos prejuízos à saúde. A médica Mariana Arraes, experiente em emagrecimento e longevidade saudável, explica que beber excessivamente pode trazer prejuízos instantâneos à saúde, assim como a longo prazo. Isso porque o álcool afeta diversos órgãos e funções do organismo, como o fígado, a imunidade e a pele.
“O álcool aumenta o apetite; o cortisol – hormônio liberado para preparar nosso organismo quando estamos em perigo – , aumenta o estresse oxidativo; prejudica a impermeabilidade intestinal e, dependendo da bebida, pode alterar o ciclo do sono. Além disso, pode provocar o inchaço no dia seguinte”, explica.
Mariana acrescenta que as bebidas mais açucaradas, calóricas e com o maior teor alcoólico podem ser as mais perigosas. “Algumas dicas que eu dou para amenizar o efeito do álcool é, no próprio dia que for ingerir o álcool, ficar atento para diminuir os excessos e manter a hidratação. Já no dia seguinte é importante fazer uma atividade aeróbia e sempre lembrar de se manter hidratado”, conclui a médica.
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