O artista visual Arthur Scovino é um incansável criador de conteúdo. Tem participado de exposições individuais e coletivas dentro e fora do país como artista independente.
O artista visual Arthur Scovino é um incansável criador de conteúdo. Tem participado de exposições individuais e coletivas dentro e fora do país como artista independente. Agora, no Brasil de 2023, dialoga diretamente com um expoente e fiel público: o da internet! A poética do artista dialoga fortemente com a frase de Hélio Oiticica que diz que “o museu é o mundo”, afinal, a arte transborda a instituição e se divide em mil pedaços dentro da própria narrativa.
Foi na pandemia que o profissional entendeu que o público das redes sociais tinha curiosidade em adquirir suas obras de maneira independente, além de terem a oportunidade de também participar delas. Faltava apenas uma ponte, uma porta que facilitasse o contato. Sua casa-ateliê, até então instalada na Avenida São João, em São Paulo, já havia sido ponto de encontro de entusiastas das artes, artistas, fruidores e curiosos que tiveram coragem de viver e entender seu universo criacional. No ateliê, Arthur passou a desenvolver visitas temáticas, residências artísticas e vivências diversas e vender suas obras.
Visitantes dessa casa-obra, que foi um desdobramento de uma grande instalação de na 31ª Bienal de São Paulo em 2014, experimentaram diferentes formas de contemplar as obras espalhadas pelos cômodos da casa com a participação. Havia sessões especiais de jantares, cafés, performances, consultorias, oficinas e visitas guiadas. O contato com o universo naturista e nudista também foi, aos poucos, fazendo parte desse intercâmbio. Arthur promoveu encontros com adeptos à prática de naturismo e de nudismo no próprio ateliê e isso, timidamente, foi criando uma teia de possibilidades no imaginário popular de quem acompanhava alguns registros dessas ações pela internet. Cada vez mais, seguidores, admiradores e colegas das artes passaram a viver essa experiência.
Trata-se de uma arte relacional, que tem início na performance, prática comum em diferentes trabalhos de Arthur, que anos atrás fez centenas de pessoas levarem os Elepês de Gal Costa para passear numa ação curiosa onde os discos da cantora foram vistos por pessoas diferentes em vários locais do Brasil e do mundo. Essa foi, também, a primeira exposição “formal” do artista numa galeria, em Salvador. Uma ação performática e afetuosa numa ode à própria Gal e aos artistas do movimento da tropicália que produziram algumas das mais conhecidas capas dos discos. As primeiras capas representavam um movimento artístico que acompanhou o próprio tropicalismo em finais dos anos 60 e início dos anos 70. Gal, que entrou na seara popular dos anos 80 era a própria síntese de uma Bahia mista e camaleônica. Não demorou muito para que a própria cantora tomasse conhecimento de que um homem provocava diferentes pessoas a levarem os seus LP’s numa ação artística sem roteiros. Ela mesma entrou na brincadeira e chegou a posar para o artista e fazer uma dedicatória a todos que, inspirados por Arthur, levaram os elepês para passear. O projeto que começou em 2011 segue até hoje.
Essa mesma arte relacional torna-se muito interessante quando o artista consegue unir, desde o público de academias ao público popular, não excluindo os curiosos das redes. São novas tendências das artes contemporâneas que até um tempo atrás dialogava apenas com um público mais habituado. Afinal, quem não gosta de uma boa poesia cotidiana? Arthur soube entender a vontade do público misto que o segue pelas redes. Desde que começou, suas criações exploram o mundo virtual numa performática exposição de processos ao mesmo tempo do presencial nos museus e Galerias. Como muito de seus trabalhos contam com nudez artística (seja autorretratos ou de modelos dirigidos, desenhados ou fotografados) é natural que haja um impedimento da divulgação dessas obras nas redes sociais, principalmente no Instagram Por isso, o artista, que começou a explorar as relações virtuais de suas obras no Flickr, Facebook e Instagram, passou a utilizar novas redes onde ainda é possível divulgar esses trabalhos e os bastidores deles sem o risco de censura nas plataformas. Assim, tornou-se comum ver pílulas do processo criativo no Twitter, Privacy e OnlyFans. Engana-se quem pensa que o público relutou a migrar de redes. Na verdade, criador e seguidores criaram uma forma de comunicação mais direta, divertida e efetiva
Seus trabalhos, antes representados por uma grande galeria em São Paulo, passaram a ser vendidos diretamente com quem participava dessas ações e o procurava nas redes e em sua casa-galeria. Assim, o público acompanha nas redes sociais as obras disponíveis (sempre com tiragens limitadas e selos de autenticidade) e as adquirem por meio de trato direto. Hoje, diferentes pessoas possuem obras exclusivas de Arthur Scovino em seus lares. Pessoas que, quase inconscientemente, formaram uma rede de colecionadores diferentes daqueles do circuito habitual das artes visuais. O que se pode perceber é que ele passou a se dedicar cada vez mais à comunicação direta com as pessoas, seja pelas redes ou durante as exposições que fazem parte da experiência relacional e independente, como sugere o conceito de suas criações.
E despertar a curiosidade do público também faz parte de sua narrativa. Há alguns meses, o artista tem compartilhado vídeos curtos, desenhos e fotos sobre uma relação erótica que mantém com escavadeiras na praia de Santos, onde mora atualmente. As fotos e vídeos revelam um Arthur observador e observado pelos grandes equipamentos de ferro como uma espécie de deslumbramento afetivo-sexual. As mil e uma possíveis relações do homem com a máquina.
“Quando vi pela primeira vez a escavadeira aqui na praia, parecia que ela desfilava para mim. Foi um encontro sedutor de cara, onde ela se mostrava sobe o brilho do sol. Quando percebi, estava completamente atraído pela máquina com seu peso, suas cores, seu tamanho e todo aquele movimento.”, conta sobre sua inspiração.
A partir daí, a imaginação tanto do artista, quanto do público pôde ir longe! O artista que se vê pequenino diante da imponência do trator e as miniaturas de brinquedo desses tratores revelando o oposto: a pequenez da máquina diante do homem. Isso caiu bem no gosto popular dos seguidores e Arthur, sabiamente, vem construindo essa narrativa juntamente com as interpretações do público. O trabalho já tem nome: APERREÁVEL Nº 9 – Uma obra aberta, em andamento e que ainda vai gerar muita especulação. Algumas pessoas já participaram das videoperformances exclusivas com as escavadeiras, mas somente o público que segue o artista nas outras redes pode acompanhar o processo e os registros sem censura.
E 2023 SEGUE CRIATIVO
Em junho de 2023, Arthur Scovino surpreendeu o público com uma viagem surpresa para Brasília. Foi uma ação com diferentes performances sob o título de “Mas da próxima vez que eu for a Brasília”. A notícia fez com que novos seguidores, que ainda não o conheciam presencialmente, ficassem empolgados com a possibilidade de encontrar o artista. Na capital e nas cidades do entorno, Arthur levou os elepês de Gal para passear, participou da Trezena de Santo Antonio do Descoberto, visitou galerias de arte e cumpriu uma agenda de entrevistas.
Assim que retornou a Santos, produziu com o artista ZMário a performance SENDAS 2 na praia de Santos e apresentou um filme a respeito de “Aperreável n 9” no Centro Cultural da Diversidade, em São Paulo.
Neste mês de setembro, tem viagem marcada para uma residência artística em Britânia GO, onde iniciará um novo projeto com mais nove artistas por 10 dias, além de continuar na produção de seu filme com a escavadeira até dezembro…
DIALOGUE COM ARTHUR A PARTIR DAS REDES:
Instagram: @arthurscovino e @nudesafiox / Twitter: https://twitter.com/arthurscovino / Privacy: https://privacy.com.br/profile/arthurscovino / OnlyFans: https://onlyfans.com/arthurscovino
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