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Câncer hereditário: quando suspeitar

Estima-se que a cada ano de 2020 a 2022, 625 mil brasileiros recebam o diagnóstico de câncer. Segundo o Instituto Nacional do Câncer, o Inca, depois do câncer de pele não melanoma, os mais frequentes serão o de mama e o de próstata.

Mulheres a partir de 40 anos, devem cuidar e fazer exames de rastreio. Pessoas que já tiveram muitos casos da doença na família, e tem suspeita risco de câncer hereditário, podem começar ter maiores cuidados e fazer exames de rastreio, antes mesmo dos 40 anos. Mas todo câncer é hereditário?

De acordo com a médica oncologista Ana Carolina Salles, do Grupo Oncoclínicas, não. Ela explica que isso pode acontecer, mas é mais incomum. “Acredita-se que apenas 10% dos casos de câncer sejam hereditários, ou seja resultado de uma alteração no DNA herdada da mãe ou do pai. Faz-se importante ressaltar, que mesmo quando há uma alteração genética herdada que aumente o risco de câncer, a doença nem sempre acontecerá. Os hábitos de vida podem ajudar a proteger ou tornarem-se gatilhos para a doença.

Mas então, quando suspeitar de aumento de risco de câncer hereditário ? Conforme a especialista há algumas situações: “quando há muitos casos em parentes de primeiro grau; quando pacientes jovens recebem o diagnóstico de câncer, ou em situações atípicas, como câncer de mama em homens”, ressalta.

Segundo ela, há uma série de outros fatores que podem levar a suspeita de câncer hereditário e estimular o encaminhamento desses pacientes para o geneticista, para realização do exame que detecta a presença de alterações no DNA, que são compatíveis com câncer hereditário.

Há exames que podem ajudar a prevenir ou mesmo evitar esses casos de câncer hereditário ?
Dra Ana Carolina aponta que é importante esclarecer que pelo fato da pessoa ser portadora de uma alteração no DNA, que leve ao aumento do risco de câncer hereditário, não quer dizer que o paciente terá câncer. Bons hábitos de vida, realização de exames de rastreio apropriados e em algumas situações, é discutível a possibilidade de cirurgias redutoras podem ser fatores protetores contra o câncer.

Angelina Jolie fez cirurgia redutora de risco, ao descobrir que possuía uma mutação no gene BRCA1, com risco aumentado para câncer de mama e ovário. “Cada caso deve ser individualizado”, destaca.

“Após o diagnóstico de um ‘câncer hereditário’, com alteração genética conhecida, faz-se importante que o paciente passe em consulta com o geneticista, para aconselhamento genético e para que as orientações em relação aos familiares sejam dadas”, explica a médica oncologista. Ela continua: “muitas vezes, faz-se necessário ofertar o painel genético aos familiares”.

“Embora o câncer hereditário não seja a situação mais comum entre os pacientes diagnosticados com câncer, devemos estar atentos, enquanto oncologistas e geneticistas, a essa possibilidade”, alerta. “Enquanto oncologistas, nós temos sempre que estar atentos ao histórico de câncer na família, de nossos pacientes. Isso ajuda a levantar a suspeita de risco de câncer hereditário”, conclui Dra Ana Carolina.

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