A alegria é uma marca registrada do Carnaval. As pessoas se divertem, extravasam e brincam em festas, blocos, trios e desfiles. Porém, a data também é sempre marcada pelo registro de ocorrências policiais aqui no DF. No ano passado, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, apreendeu três armas de fogo e 52 armas brancas, entre elas facas. No total, 46 pessoas foram presas e 79 menores apreendidos. Além de 167 boletins de ocorrência de crimes de menor gravidade.
Para brincar 2020 com segurança, o especialista Leonardo Sant’Anna, que conta 30 anos de serviço à Polícia Militar e consultoria a organismos internacionais, o primeiro passo é tomar medidas de autoproteção. De acordo com Sant’Anna, o primeiro cuidado está na preparação de como você vai. Todo mundo que vai festejar o carnaval costuma levar o celular, carteira e outros pertences que podem ser alvo de roubos e furtos.
A primeira dica é até um tanto óbvia, que é não deixar a vista, mas que sempre acontece. “Esses itens não devem ser levados nos bolsos ou em bolsas que sejam facilmente puxadas. Dependendo da habilidade do ladrão, nem se percebe. Pochetes podem ser boas companhias, pois ficam juntas ao corpo e sempre no campo de visão”, explica o especialista.
Outro ponto importante é a companhia. “Esteja sempre acompanhado, mas escolha suas companhias. No carnaval, as pessoas gostam de beber, mas se perceber que o amigo está se excedendo, melhor parar por ali. Pessoas podem ficar mais agressivas e envolver-se em brigas por motivos torpes. Se for provocado ou observar que alguém está se alterando com os presentes, chame a segurança ou as autoridades policiais. Neste momento, evite o confronto, já que uma pessoa que está fora de controle pode cometer um ato violento sem motivação”, explica.
E por falar em bebida, o consultor alerta tomar sempre cuidado com o seu próprio copo. Não deixe-o sozinho, mesmo que com pessoas conhecidas. “O velho golpe do ‘Boa Noite, Cinderela’ pode vir de quem menos espera”, alertando ainda que este é um crime muito cometido contra mulheres que se tornam vítimas de abusos sexuais. Com este tipo de crime, Sant’Anna lembra que nunca é a roupa ou as curvas do corpo que o provocam, por isso o cuidado é sempre observar com quem você está.
Para aqueles que vão viajar, façam um estudo não apenas dos pontos turísticos e do que querem desfrutar, mas também quais são as áreas de risco daquela cidade. “Criminosos identificam turistas, que se tornam vítimas fáceis justamente pelo desconhecimento do ‘terreno’. Tenha sempre um roteiro traçado para onde vai e como vai voltar”, destaca.
Com as crianças
Outro tipo de incidente muito comum nestas épocas do ano é o desaparecimento de crianças. Pais ou responsáveis que vão com os pequenos para grandes aglomerações precisam manter os olhos neles. Um segundo de distração é tempo suficiente para que ele vá para outro lugar ou que venha um desconhecido e o leve. “Antes de ir, eduque a criança para que não fale ou siga desconhecidos. Ensine-a a dizer seu nome, dos pais, onde mora para os policiais caso se perca. Ensine-os a identificar as autoridades para que, neles, possam confiar. Coloque nela um crachá ou pulseira com seu nome completo e um telefone para contato, caso alguém encontre”, explica o especialista.
Para Sant’Anna, os pais devem selecionar bem para quais blocos levarão os pequenos, dando sempre preferência ou mesmo se restringindo aos eventos exclusivamente infantis. Em grandes aglomerações, ele lembra que há riscos de arrastões, contato com estranhos, violência e até mesmo drogas.