Grande elenco e três músicos, que executam a trilha sonora ao vivo, sobem ao palco do Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília em empolgante e animada montagem de espetáculo idealizado por Paulo Verlings. O musical tem como personagem central Salvador, um jovem músico e compositor em busca de sua namorada, que sumiu no dia do casamento. Ele sai à sua procura depois de receber uma carta anônima dizendo que ela está em Ermo, uma cidade desencantada. “Salvador tem personalidade pura e muito sonhadora, o que o aproxima um pouco da versão lírica de uma fábula. É um herói fabulesco”, sugere Paulo.
O texto poético de Marcéli Torquato sobre um mundo fantástico narra as aventuras de Salvador, personagem principal interpretado por Paulo Verlings, que, em cena, é acompanhado por elenco multirracial sob a direção de Vilma Melo. Além de Paulo, estrelam o musical Aline Carrocino (Ioiô), Carolina Pismel (Ceo), Ester Dias (Margarete), Jefferson Melo (Silva e Carlinhos), Nando Brandão (Gerente), Patricia Elizardo (Silva e Madá) e Udylê Procópio (Xuê).
“Esse espetáculo surge do meu desejo de trazer à tona questões como: onde nós estamos colocando o nosso tempo, os nossos sonhos? Que qualidade de vida estamos tendo? Até que ponto a gente perde a mão?”, indaga Verlings, que arremata: “a ideia é levantar essas questões através de uma fábula”.
A peça fica em temporada até 30 de abril, com sessão de classificação indicativa livre aos sábados e domingos, às 15h. Outras sessões, para maiores de 14 anos, são às quintas e sextas, às 20h, e aos sábados e domingos, às 19h. Para acessibilidade do público, além dos espaços reservados para cadeirantes e assentos exclusivos para pessoas portadoras de obesidade, haverá uma sessão com intérprete de Libras.
“A peça não está distante do que nós, sociedade moderna, estamos atravessando, tanto no sentido global, quanto em um recorte mais específico sobre o nosso país. Marcéli (a autora), nos presenteia com um olhar poético sobre esse comportamento. Há aqueles que são seduzidos por um padrão e acabam por anular a sua individualidade… Em contraposição, há os que lutam pela liberdade de ser”, comenta a diretora Vilma Melo. E elogia “ela tem uma forma muito poética de escrever, tudo é cena, misturando um pouco de conto à poesia”.
Resenha da peça
Salvador é percussionista de profissão, bate um tambor como ninguém. Anos atrás, namorava Constância, ela amava dançar, mas tinha mania de grandeza e dizia que dança não era trabalho, era atividade física. Salvador achava graça da namorada tão focada. Ela dizia que ele era a cigarra dela e que no inverno ela iria abrigá-lo no seu formigueiro. E ele dizia, eu te amo mesmo você sendo uma outra espécie de inseta, minha formiguinha, e riam juntos.
No dia da cerimônia de casamento, Constância desapareceu. Todo mundo achou que ela tinha fugido do compromisso, mas algo nessa história não fazia sentido, porque as coisas que ela tinha estavam na casa, do jeitinho que ela deixou. Até que um dia Salvador recebeu uma carta, no verso uma única frase: SUA NAMORADA VIVE EM ERMO.
Ermo, uma cidade desencantada onde ninguém tem tempo para nada, não dormem, não comem, ninguém nasce e ninguém morre. Para ganharem tempo, desenvolveram um idioma próprio, Atalho, falam as palavras pela metade, para chegar mais rápido no fim da frase.
Chegando lá, Salvador encontra Margarete, a única moradora dali que não desencantou, a única que o coração faz TUM DUM. Margarete promete ajudar Salvador a achar seu amor. Salvador promete ajudar Margarete a salvar sua cidade, a partir daí, seguem numa jornada musical, cheia de mistério, aventura e paixão.
A trilha musical do espetáculo
“Salvador chega a Ermo, uma cidade ‘parada’ para a vida, contagiando as pessoas com composições de Caetano Veloso, Ivete Sangalo, Margareth Menezes, Chiclete com Banana, AraKetu, Luiz Caldas, Timbalada, Armandinho, Dodô e Osmar, que marcaram época, e outros, não baianos, ajudam compor a trilha sonora”, comenta o diretor musical Marcelo Rezende.
No repertório de “Salvador, Anoiteceu e é Carnaval”, compostos por 23 clássicos, estão Nobre vagabundo, Não Precisa Mudar e Canto da Cidade, de Daniela Mercury, Haja Amor, de Luiz Caldas, Várias Queixas e Vem meu Amor, do Olodum, Gritos de Guerra e Cara Caramba, sou Camaleão, do Chiclete com Banana, Levada Louca e Baianidade Nagô, de Ivete Sangalo, Dandalunda, de Margareth Menezes, Chuva, Suor e Cerveja e Não Enche, de Caetano Veloso, e – dos não baianos – Chame Gente, de Moraes Moreira, À Primeira Vista, de Chico César, e A Cor é Rosa, do Silva.
Costurada com canções da música baiana de várias gerações, cantadas ao vivo pelos atores em cena e tocadas por músicos, que também fazem a sonoplastia e a ambientação sonora, a peça, muito bem construída em metáforas, vai se desenvolvendo de forma crescente e contagiando o público, em uma bela homenagem à cultura e à vida, que devem ser celebradas. Rodrigo Ferret, crítico teatral
Sobre o CCBB Brasília
O Centro Cultural Banco do Brasil Brasília foi inaugurado em 12 de outubro de 2000, após uma grande reforma de adaptação do Edifício Tancredo Neves, com o objetivo de reunir em um só lugar todas as formas de demonstração de arte e criatividade possíveis, para levá-las ao público da capital.
O edifício Presidente Tancredo Neves faz parte de um conjunto de obras arquitetônicas assinadas por Oscar Niemeyer. Com o seu imenso projeto paisagístico, idealizado por Alda Rabello Cunha, o prédio conta com amplos espaços de convivência, café, restaurante, galerias, sala de cinema, teatro, salas multiuso, jardins e uma praça central para eventos abertos, onde são realizados shows, espetáculos e performances.
Serviço:
Salvador, Anoiteceu e é Carnaval
Local: Teatro do Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves, Setor de Clubes Sul
Temporada: até 30 de abril de 2023
Horários: de quinta e sexta, às 20h, e sábado e domingo, às 15h e às 19h
Ingresso: R$ 30,00 (inteira), e R$ 15 (a meia para estudantes, professores, profissionais da saúde, pessoa com deficiência (e acompanhante, quando indispensável para locomoção), adultos maiores de 60 anos e clientes BB), à venda em www.bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB Brasília
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: as sessões noturnas são recomendadas para maiores de 14 anos, já as vespertinas são para todas as idades,um espetáculo para toda a família.