Nesta sexta-feira (16), chega ao catálogo do Amazon Prime Video o documentário Filho da Mãe. Como gancho os bastidores do último espetáculo homônimo estrelado por Paulo Gustavo, ao lado de sua mãe, Déa Lúcia, o projeto vai muito além. Diverte e emociona (e como).
Filho da Mãe começa de repente, morno, mas logo ganha ritmo. É muito mais que um making of. Também não é possível limitar a uma homenagem a Paulo Gustavo, que morreu em maio do ano passado, em decorrência das complicações causadas pelo coronavírus.
Costurando cenas do espetáculo e imagens dos bastidores, Filho da Mãe arranca gargalhadas do público com o melhor estilo Paulo Gustavo. Mais que isso, mostra porque o criador de Dona Hermínia é considerado um dos maiores nomes da história do humor nacional dos últimos anos.
É breve, mas Filho da Mãe passeia pela trajetória do comediante desde a infância até seu último ato no palco.
O documentário mostra que Paulo Gustavo ia além do artista. Era Paulo Gustavo em cena e era Paulo Gustavo na vida. Ele levava sua vida ao palco e levava o palco para sua vida. Não somente era Paulo Gustavo na vida, mas transformava a vida de todos ao seu redor em Paulo Gustavo. Fazia isso com leveza, de forma despretensiosa.
Mais à frente, ao ganhar espaço depoimentos de familiares, amigos e colegas pós-partida, o projeto pega o público pela emoção. Na sessão de pré-estreia na qual o ABrasília.com marcou presença, após a sala de cinema ser invadida por consecutivas gargalhadas, o silêncio tomou conta do lugar. Na sequência, o que se ouvia era as tentativas de conter as secreções no nariz provocadas pós-choro, impossível de ser contido.
Filho da Mãe mostra que Paulo Gustavo jamais foi. Ele é.
Por Daniel Neblina